Curadoria educativa e a leveza
Existem dias que nos paralisam diante da quantidade de escolhas que temos que tomar, neles somos inundados de dúvidas : Será que este é o caminho certo ? Quero mesmo me dedicar a isto e por quanto tempo terei que me comprometer ? O que é prioridade ? Será que não existe um modo de simplificar este processo ?
Uma forma de lidar com este excesso de informações, demandas e conteúdos é a Curadoria Educativa (temos um grupo aberto aqui no Linkedin, se você quiser participar!).
Curadoria educativa : etapas
A Curadoria educativa ajuda muito esta organização dos processos, acontece que nem sempre ela dá conta de problemas mais profundos, que remetem a razão de ser do que estamos fazendo. É possível durante o processo de selecionar, hierarquizar, publicar e armazenar os conteúdos descobrimos que não queremos mais o trabalho que originou todas aquelas atividades - neste momento entendemos que estamos numa crise profissional.
Cabe nesta situação, uma perspectiva mais ampliada de análise, uma pesquisa sobre o território de saber em que estamos e avaliar outras veredas possíveis. Estas crises profissionais são momentos de encruzilhadas e sua riqueza é imensa. Temos a oportunidade de rever nossas escolhas e encorpar possibilidades de novas aprendizagens. Com certeza viveremos novas metodologias, no sentido amplo da palavra, novos caminhos para fruir a vida.
Metodologias são caminhos
Italo Calvino, no seu livro Seis propostas para o próximo milênio, cita um verso de Paul Valéry para dar a medida do que entende como leveza:
“É preciso ser leve como o pássaro, e não como a pluma”
O pássaro deve ser leve e gracioso, sim, mas forte o bastante para poder superar a resistência do ar. Ele não é frágil como a pluma (a pena), que é tocada ao sabor do vento. Se tudo no tempo parece empurrar-nos com ilimitada gravidade para a rasura, temos de entender, então, a leveza como o ato de contrariar esse peso. De fato, somos chamados a “aliviar” a espessura de tudo aquilo que obscurece o texto do mundo e nos obscurece.
Cada vez que o reino do humano me parece condenado ao peso, digo para mim mesmo que à maneira de Perseu eu devia voar para outro espaço. Não se trata absolutamente de fuga para o sonho ou irracional. Quero dizer que é preciso mudar de ponto de observação, que preciso considerar o mundo sob uma ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento e controle. As imagens de leveza que busco não devem, em contato com a realidade presente e futura, dissolver-se como sonhos... (Ítalo Calvino)
É preciso mudar a perspectiva do olhar, regenerar sentidos e mergulhar em processos criativos que abrem janelas e portas de um outro modo de estar.
