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e publicações
Clarice Lispector : O silêncio é tal que nem o pensamento pensa
"Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta.”
Pulsos criativos
Como você sente que está seu ritmo atualmente? Mais caótico ou já existe uma certa constância?
Existem pessoas que acabam desenvolvendo um estado de hiperatividade do sistema nervoso simpático, responsável por reações de alerta e estresse. Quando ele está muito ativado, o corpo entra em um estado de hipervigilância, o que pode dificultar a concentração.
O nome deste estado é Simpaticotonia (prepoderância do sistema nervoso Simpático - luta e fuga) o que gera pensamentos acelerados e sensação de urgência prejudicando a atenção sustentada. Esta tensão constante impede que o cérebro entre em um estado ideal para o aprendizado e alteridade.
Maria Lira Marques : ser(tão) imaginal
Sua mãe fazia bonecas de pano e presépios de barro para presentear os vizinhos, e assim foi despertada a curiosidade de Lira: ainda criança, começou a fazer pequenas esculturas com cera de abelha, posteriormente se dedicando à cerâmica.
Corporeografia
Adquirir um corpo é um empreedimento progressivo que produz simultaneamente
um meio sensorial e um mundo sensível
É necessário considerar o corpo como um ecossistema autopoiético que não se reduz à casualidade linear e sim faz-se em criação contínua.
O eu que fala está instalado em seu corpo e em suas linguagens táteis, olfativas, gestuais e de movimento.A reversibilidade do corpo diz respeito à comunicação entre os diferentes sentidos.
Há uma circularidade entre os acontecimentos internos e externos sendo a percepção uma fonte criativa. Hubert Godard diz que é preciso entender que não podemos mudar a postura de ninguém.
A única coisa que podemos fazer
“é evocar a emoção do encontro com o mundo”
Mira Schendel : ecos do silêncio visual
Percebemos que para Schendel, o silêncio não era ausência, mas uma presença carregada de significado. Suas obras, como as monotipias e objetos gráficos, exploravam a linguagem de forma fragmentada, muitas vezes apresentando palavras que parecem dissolver-se no espaço.
Ambiências
Desenvolvemos um processo de rastreio destas experiências desenhando uma árvore de suas influências criativas.
Você inicia na raiz da árvore buscando influências filosóficas que moldam seus pensamentos, a sua cosmopercepção do mundo e seus valores. Aqui certamente a forma como você foi educado, a suas práticas religiosas e os costumes vivenciados na sua família trazem de forma direta traços de quem você é hoje.
Nalini Malani : Quem ouve Cassandra ?
Nasceu em Karachi que era parte da Índia , mas com a partição do território entre a Índia e o Paquistão, Malani refugiou-se nas cidades então chamadas Calcutá e Bombaim. O trauma pessoal e coletivo da Partição da Índia, a sua experiência inicial de deslocação e o seu estatuto de refugiada, marcaram a sua biografia e a sua produção artística, que se desenvolveu, nas suas próprias palavras, como uma tentativa de "dar sentido aos sentimentos de perda, exílio e nostalgia" que tiveram tanto impacto na sua infância. O trabalho de Malani aborda a história recente do subcontinente indiano e aprofunda-se corajosamente em temas urgentes e universais como a violência, a guerra, o fundamentalismo, a opressão das mulheres, os efeitos da globalização e a destruição do ambiente
Giorgia O’Keeffe : O chamado ao deserto
A artista primava pela contemplação lenta e constante das coisas
“É apenas por seleção, por eliminação, por ênfase, que chegamos ao verdadeiro significado das coisas”
O firmamento/ desabamento no silêncio
O silêncio tem múltiplos significados dependendo da cultura ou do contexto em que é vivido.
Cenografia : o processo criativo de J.C. Serroni
A arte da Cenografia através do olhar de J.C.Serroni.
Uma viagem pelo teatro brasileiro em toda a sua potencialidade criativa
Dormir é fundamental
“Você acha que dormiu o suficiente nessa semana que passou ? Consegue se lembrar da última vez que acordou sem despertados sentindo-se revigorado não tendo que recorre a cafeína ? Se a resposta a qualquer destas perguntas for negativa, você não está sozinho. Dois terços dos adultos em todos os países desenvolvidos não seguem a recomendação de ter oito horas de sono por noite.”
Outubro pink
Outubro Pink: Ateliês em parceria com o Coletivo Pink na Biblioteca dp Parque Villa Lobos
Pés no chão
“Os seres humanos vivem em, e não sobre o mundo “
Esta afirmação simples de Tim Ingold é uma chamada a voltarmos a pisar descalços na diversidade e tateabilidade da realidade.
E você aceita o convite ?
Vem participar da leitura do livro : Estar Vivo
Sonhos lúcidos
O que permite ao sonhador adquiri autoria sobre seu enredo onírico é o controle volitivo da imaginação diz Sidarta Ribeiro.
E esta capacidade vem sendo explorada em várias áreas da pesquisa aplicada.
Imagem : https://www.oniri.io/post/how-to-lucid-dream-step-by-step-guide
Contra a interpretação
“As mais celebradas e influentes doutrinas modernas, as de Marx e Freud, em realidade são elaborados sistemas de hermenêutica, agressivas e ímpias teorias da interpretação. Todos os fenômenos que podem ser observados são classificados, segundo as próprias palavras de Freud, como conteúdo manifesto. Este conteúdo manifesto deve ser investigado e posto de lado a fim de se descobrir debaixo dele o sentido verdadeiro – o conteúdo latente. Para Marx, acontecimentos sociais como revoluções e guerras; para Freud, os fatos da vida de cada indivíduo (como os sintomas neuróticos e os lapsos de linguagem), bem como textos (um sonho ou uma obra de arte) – todos são tratados como motivos de interpretação. Segundo Marx e Freud, estes acontecimentos parecem inteligíveis. Na realidade, nada significam sem uma interpretação. Compreender é interpretar. E interpretar é reafirmar o fenômeno, de fato, descobrir um equivalente adequado.”
— Susan Sontag
Em estado de sonho
Imagine que as vivências oníricas são, não só um reino de memória mas também do devir, não somente um território existencial para revivermos nosso mundo subjetivo mas também uma outra forma de contato e encontro com outros seres.
Neste sentido o estado de sonho pode ser acessado dormindo, em mirações, num sonho lúcido ou mesmo acordado em pleno centro da cidade.
O sonho é uma frequência de profunda conexão, um portal de acesso ao mundo interior dos sentimentos e ao mundo exterior dos acontecimentos sutis.
A teoria da complexidade de Edgar Morin, permite pensar o mundo onírico como uma noosfera onde podemos sintonizar diálogos entre o nosso mundo individual e as expressões coletivas percebendo suas ressonâncias sutis e arquetípicas.
O meio de uma caminhada …
Estamos terminando a leitura do livro Antropologia dos sentidos ,de David Le Breton, em nosso grupo de pesquisa sobre os processos criativos.
Terminamos esta leitura com um convite para o caminhar que para ele, junto com o silêncio é a melhor forma de resistência. Um praticante da arte de caminhar, o filósofo convida a sua prática constante e nas diversas entrevistas que deu sobre o tema, conta a força de sua transformação interior ao vivenciar o Caminho de Santiago..
Bansky : do subversivo ao imersivo
Em São Paulo e em diversas cidades do mundo tem percorrido a exposição sobre o artista conhecido como
ART of BANSKY : WITHOUT LIMITS
Sinto uma contradição ainda mais aguçada na escolha deste artista que é um ativista político que usa o stencil como crítica social nas ruas de diversas cidades. Seu contraponto ao mercado da arte ficou explícito na venda da pintura da menina com o balão vermelho em um leilão e o vídeo que dizia que a obra tinha na moldura um dispositivo de destruição com a frase:
“The urge to destroy is also a creative urge”